Não saberia, nunca, explicar a sensação feliz que me dá rever fotos, vídeos e conversar com os que lá conheci. Escrevi alguns textos tentando juntar momentos, conversas, sensações sentidas e vividas nos tantos lugares pelos quais passei. Há acréscimos, eu preciso mencionar. É ficção, portanto. Os textos deste blog são completamente carregados de nostalgia... esperança... e vida! Vida, que é o estado em que quero estar permanentemente!

domingo

Serra da Capivara, 29 de julho de 2016

Numa das trilhas que fizemos, nosso guia nos mostrou uma Oiticica imensa que havia sido cortada por um coletor de mel. Ele vendeu o que encontrou por algo que hoje valeria em torno de R$ 2.700 reais. Cometeu dois erros: primeiro, cortar a árvore para tirar o mel das abelhas que ali estavam; segundo: o tronco da oiticica valia muito mais, cerca de 50 mil reais, na época, segundo nosso guia. Trágica e cômica essa história. No fim, os pesquisadores trouxeram o que sobrou da Oiticica para a entrada do Museu do Homem Americano:

Troncos da Oiticica que estava em uma das tocas pelas quais passamos durante as trilhas
O Museu do Homem Americano localiza-se na sede da Fumdam, em São Raimundo Nonato. Para chegarmos lá, pedimos informação a alguns moradores e eles fizeram cara de desentendidos. Pois é, muita gente do próprio lugar não tem interesse pelo Parque nem pelo Museu; por outro lado, pessoas como o nosso guia, nativos da região, entendem as mudanças advindas com a inauguração do Parque e valorizam esse Patrimônio Cultural da Humanidade: 

Museu do Homem Americano (entrada)
A entrada para o Museu do Homem Americano custa R$ 15 reais (inteira) e R$ 7 reais (meia - estudantes e professores). É obrigatória a apresentação do comprovante, no caso de alunos ou professores. Há também uma lojinha com cerâmicas, camisetas e livros sobre fauna, flora, arqueologia e sobre a história do Parque em geral. Após fazer as trilhas e apreciar a beleza do lugar, além dos valiosos sítios arqueológicos, a visita ao Museu adquire um valor ainda mais importante:

Crânio Zuzu - esqueleto de 9920 anos (crânio masculino, oval, semelhante ao tipo africano)

Com estrutura moderna, o Museu traz valiosas informações sobre as pesquisas arqueológicas realizadas no Parque


A 350cm do solo atual, foram datados carvões encontrados junto a esta ponta de projétil, como um rabo de peixe, de quartzo hialino, dando o resultado de 7.930 +/- 60 antes do tempo atual*:

Ponta de projétil datada em cerca de 7.930 anos BP


Na imagem abaixo, uma réplica de uma pequena sala da gruta onde foram encontrados três corpos, um de uma criança e dois de adultos. A datação obtida para a criança foi 980 anos; os adultos ainda não puderam ser datados. Observa-se o cuidado que os indígenas tinham para com seus mortos**:

Enterramento Tríplice I

Nesta réplica, vê-se o enterramento da Toca dos Coqueiros, mostrando a posição do corpo que estava deitado sobre uma calçada feita com blocos rochosos. A cabeça repousava sobre uma laje plana e havia cinzas e carvões espalhados sobre o corpo e seu entorno, provenientes de fogueiras feitas em volta da sepultura. Nelas, foram assados animais, como preás e tatus**:

Enterramento

Ossos de uma mulher


Estes são os mais antigos vestígios que atestam a presença humana nessa região há cerca de 100.000 anos**:

Seixos lascados unifacialmente; nas bordas, marcas resultantes da utilização pelo homem pré-histórico**

Estas ferramentas, obtidas a partir de seixos, foram fabricadas para uma necessidade imediata**: 

Seixos de quartzo ou quartzito; ferramentas de longa duração temporal e dispersão espacial**

O museu é interativo, confortável, com todos os acessos para pessoas com necessidades especiais. É visita obrigatória, que você precisa incluir no roteiro:
 


Fonte* Turismo Arqueológico (Fundação Museu do Homem Americano).
Fonte** Museu do Homem Americano

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